Antonio CÉSAR
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Diário de Bordo
Salta a Calama |
O despertador tocou, nos levantamos e tratamos de juntar nossos pertences, |
colocá-los nas motos e tomar o merecido café da manhã. Ainda escuro, o dia prestes a clarear, subimos nas motos e nos fomos. As "queridas", na dúvida, se agasalharam bastante, pois a manhã estava fresquinha. Com um belo amanhecer, já nas proximidades de San S. de Jujuy, tratamos de tomar o rumo de Purmamarca. Brincadeiras pelo rádio, belas paisagens, fotos, etc... chegamos a Volcán, onde abastecemos as "meninas". O incidente ficou por conta da Adelaide, esposa do Juarez, que não se sabe como, perdeu o cabo do microfone do capacete e a partir dali ficou "muda". O frio não veio na intensidade esperada e fomos seguindo para Purmamarca. Na passagem uma parada, como sempre, para sacarmos umas fotos do "Cierro de Siete Colores". Após esta breve parada seguimos em direção das Quebradas. Na subida, com vagar para que os/as "debutantes" não viessem a sofrer o mal de Puna (tontura, enjoo, dor de cabeça e outras coisas mais) fomos parando para fotos (uma maneira de aclimatar o organismo à altitude). A medida que subiamos a temperatura caia, nada de especial, pois era compensada pela belíssima paisagem dos Andes. Sem muito esforço chegamos ao Paso de Jama, onde demos uma paradinha para conhecer o novo posto de combustível alí inaugurado em janeiro deste ano, diga-se de passagem, uma excelente notícia para os viajantes. Feita a documentação rumamos para Susques, onde como de hábito, paramos para abastecer e fazer um lanche. Pedidas as "empanadas" tivemos uma bruta surpresa, pois as mesmas não estavam como das vezes anteriores. A Beth, que não tem mais a vesícula, comeu a fritura e não ficou bem. Enjoo e dor de cabeça foram sentidos por ela durante um longo trecho. Motos na estrada seguimos para o ponto seguinte: o Grande Salario. A paisagem que se avista a distância já anuncia a beleza do lugar. São 12 mil hectares de sal. É sal pra ninguém botar defeito. Estacionadas as motos tratamos de tirar fotos, pegar pedaços de sal e fazermos as brincadeiras de costume. Sem muito tardar tocamos para San Pedro de Atacama, onde fariamos a aduana, como sabido, um pouco demorada. Ao passarmos diante do vulcão, na descida, a temperatura já marcava 7 graus. Seguimos com vagar na descida pra evitarmos os mesmos males da subida e gradativamente a temperatura foi aumentando e quando chegamos em San Pedro já marcava 29 graus. Calor intenso, fronteira com muito movimento (um onibus) tratamos de entrar na fila para os procedimentos de rotina. SURPRESA: o Marcelo e a Andréia não tinham a Tarjeta de ingresso e saída da Argentina. O aduaneiro disse-lhe que não entrariam no Chile. Pronto! confusão armada. Como resolver o impasse. O Marcelo com uma cara de "tristeza e desespero", aquela de "cachorro faminto diante do forno de galinha assada", só questionava o aduaneiro que lhe indicava que teria que voltar ao Paso de Jama e aí sim, poderia ingressar no Chile. Na verdade uma grande estupidez, pois se alí estava é porque teria saído da Argentina. Mas tudo bem. Tratamos de acalmá-lo para as coisas se resolverem. Com o jeitinho brasileiro, tratei de preencher minha ficha e indicar no campo profissão "Fiscal de Justicia", enquanto o alexandre cravava "abogado". Entreguei ao aduaneiro que leu a documentação. Após me liberar dirigi-me a ele e, calmamente, expliquei que eramos 4 casais braisleiros em férias, etc, etc..., mas de nada adiantou. Não insisiti pois em seguida o Juarez chegou e começou a conversar com a "autoridade". Para evitar constrangimento, nos afastamos. Não demorou muito e eu encostado na moto abrindo uma das malas, ví o Juares chegar esbaforido me pedindo rapidamente uma camiseta para dar de presente à "autoridade aduaneira". Tudo resolvido.... o Marcelo e a Andréia já estavam liberados. Podiam entrar no Chile. Tudo resolvido, o que nos tomou muito tempo, seguimos para San Pedro para trocar moeda ($$$) e mostrar, rapidamente, a cidade para as "queridas". Mais uma decepção: a grosseria no tratamento e a desvalorização da moeda fizeram o Alexandre dar discursos, ainda mais que a moça que fazia a troca recusou várias notas de US 20,00 que ele lhe entregara. Ainda assim, trocamos uns popucos dólares e nos fomos para Calama. Ao chegarmos no hotel já nos aguardavam os amigos Robert e Mónica, um casal maravilhoso e que encantou a todos. Abraços e saudações, batemos um bom papo enquanto retiravamos os pertences das motos. A noite, a pós um banho, jantamos no hotel e nos recolhemos, pois as "Queridas" tinham enfrentado a primeira prova da viagem, com muita galhardia, segurança e sem quixas ou lamúrias, contrariamente, nos davam o maior incentivo para tocarmos adiante. Amanhã seguiremos para Iquique, sob a "puxada" do amigo Robert. Saída programada para as 09:30 hs. Tempo bom e muito calor a vista. Contarei mais sobre a viagem. Abraços para todos.
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