

 Antonio CÉSAR
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Sinalizando uma manobra
HABITUE-SE, CONDICIO-SE, EDUQUE-SE, AJUDE A MUDAR!
Hoje quando dirigia meu carro percebi em determinado momento, que em uma manobra de inopino, outro automóvel cortou a frente de uma motocicleta e o desafortunado piloto, ainda que sobre uma moto de pequeno porte, teve que operar uma reação defensiva, com a maior agilidade que já teve em sua vida, como forma de escapar de um terrível acidente. Como motociclista, não posso negar, fiquei enfurecido, com vontade de alcançar aquele motorista e dirigir-lhe alguns xingamentos. Contudo e por imperioso, me contive. Como nada de pior aconteceu além do susto dele, meu e de outros que por alí transitavam, segui meu destino que era, exatamente, verificar a quantas andava a revisão de minha moto. Esse episódio provocou uma reflexão sobre mim mesmo, ou seja, e eu, sinalizo sempre as minhas manobras quando estou ao volante de meu carro? Retrocedi rapidamente alguns minutos e me recordei que dentro do túnel por onde passei, mudei de pista sem sinalizar, após uma breve olhadela pelos retrovisores. Confesso: literalmente, fiquei vermelho de vergonha de mim mesmo. Me perguntei: como posso exigir dos outros esse procedimento se eu mesmo não pratico? Pura mediocridade de minha parte. No entanto, dali em diante tratei de me policiar. Passeio o resto do dia assim agindo. Sabe o que percebi? Que muitas das vezes não sinalizamos nossas manobras por parecermos um idiota aos olhos dos demais motoristas, já que a grande maioria não o faz. As manobras, a nosso juizo, aparentemente sem risco, podem ceifar uma vida ou mutilar alguém para o resto da vida, e isso também pode acontecer conosco. Tratei de trocar de posição. Quando estou na minha moto recrimino o procedimento dos motoristas, mas quando estou motorista eu sou exatamente igual aqueles que recrimino. É a típica frase: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Depois de um dia inteiro andando de automóvel de um lado para o outro para tratar de meus compromissos, me policiando e me cobrando outra conduta ao volante, percebi que "sinalizar" as manobras é apenas e unicamente uma questão de hábito, de condicionamento, de educação, assim como, por exemplo, o uso do cinto de segurança. Qual a razão de sinalizarmos nossas manobras quando estamos pilotando nossas motos? A uma, por já estarmos condicionados a esse procedimento; a duas, por termos adquirido esse condicionamento por receio de nós mesmos provocarmos um acidente onde seremos, por óbvio, a maior vítima. Me parece que o correto, e aí ao tempo em que me envergonho eu me penitencio, é que para cobrarmos procedimentos corretos ao volante, devemos ser os primeiros a dar o exemplo, sob pena de sermos uns grandes medíocres. Vamos nos educar e educar pelo exemplo. Vamos chamar a atenção de nossos familiares, esposa, filhos, noras, genros, netos e netas e todos os demais para essa necessidade, mostrando-lhes a importância do ato de sinalizar e as consequências trágicas de não fazê-lo. Aí sim poderemos reclamar sem culpa na consciência. Concorda? Um fraternal abraço e vamos tratar de colocar em prática essa atitude enquanto há tempo. |
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